Dados do Trabalho


Título

GLANDECTOMIA COM ENXERTO DE PELE PARA TRATAMENTO DO CANCER DE PENIS: EXPERIENCIA DE UM CENTRO DE REFERENCIA DA AMAZONIA

Resumo

Introdução: O Brasil possui a terceira maior incidência de câncer de pênis no mudo, sendo que 50% desses casos são oriundos das regiões norte e nordeste do país. Historicamente o seu tratamento consiste na amputação parcial ou total do órgão, provocando uma serie de transtornos e constrangimentos para o paciente. Ao longo dos últimos anos as cirurgias poupadoras de pênis, como glandectomia com enxerto de pele, vem ganhando cada vez mais destaque no manejo de casos selecionados de tumores de pênis, sendo considerada atualmente a primeira linha de tratamento para tumores pequenos, confinados a glande e sem invasão linfovascular, trazendo um balanço, do ponto de vista oncológico, funcional e cosmético para o paciente. Objetivo: Demonstrar a técnica de glandectomia com enxerto de pele realizada em um centro de referência oncológica da Amazônia. Métodos: O paciente A.S.F, 49 anos, deu entrada no serviço quem queixa de lesão ulcerada em glande, com surgimento de aproximadamente um ano. Foi submetido à biópsia da lesão que constatou se tratar de carcinoma escamoso de pênis, bem diferenciado (T1G1). Após discussão das opções de tratamento com o paciente, o mesmo acabou optando pela realização de glandectomia com enxerto de pele, que ocorreu em janeiro de 2021. O procedimento se iniciou com incisão subcoronal, até fáscia de Buck. Um plano de dissecção entre a glande e a fáscia de Buck foi criado com a ajuda de pinças Allis. Após a liberação da glande a uretra é seccionada e espatulada. Um enxerto de pele total foi removido de área de pele sem pêlos na região ilíaca, preparado em bancada e fixado nos corpos cavernosos com pontos de PDS 5-0. Um curativo de Brown foi aplicado sobre o enxerto e removido em cinco dias. Resultados: Após a cirurgia o paciente realizou acompanhamento multidisciplinar com equipe de curativos do hospital. A sonda uretral foi removida após 2 semanas e as relações sexuais estimuladas após 8 semanas de pós-operatório. Nos últimos 5 anos realizamos essa cirurgia em um total de 22 pacientes, com um caso de perda completa do enxerto em um doente diabético. No seguimento oncológico dois pacientes evoluíram com progressão da doença e necessitaram tratamento complementar. Conclusão: Glandectomia com enxerto de pele é um procedimento seguro, com baixos índices de complicações e bons resultados, tanto do ponto de vista oncológico, quanto cosmético.

Palavras Chave ( separado por ; )

câncer; pênis; glandectomia; enxerto; cirurgia reconstrutiva.

Área

Trauma / Uretra / Urologia Reconstrutora

Instituições

Hospital Ophir Loyola - Pará - Brasil, Universidade do Estado do Pará - Pará - Brasil

Autores

LUIS OTÁVIO AMARAL DUARTE PINTO, KATIA SIMONE KIETZER, EDUARDO ALENCAR CARVALHO, JOSÉ RICARDO TUMA DA PONTE