Dados do Trabalho

Título

ANALISE DOS RESULTADOS DA LINFADENECTOMIA INGUINAL E CARACTERISTICAS DOS PACIENTES COM CANCER DE PENIS DO HOSPITAL AMARAL CARVALHO/JAU-SP DE 1996 A 2019.

Resumo

Introdução: A neoplasia de pênis é uma doença agressiva e com alta taxa de mortalidade caso não seja reconhecida e tratada corretamente.
Objetivo: Analisar as características dos pacientes acometidos com neoplasia de pênis, assim como os resultados da linfadenectomia inguinal.
Métodos e Resultados: Estudo retrospectivo de 319 pacientes com câncer de pênis que foram submetidos à amputação e avaliação de suas cadeias linfáticas inguinais. Devido ausência de dados em prontuário físico ou perda de seguimento, 185 foram excluídos, permanecendo no estudo 134 pacientes: 109 (81,34%) realizaram a linfadenectomia inguinal superficial medial (LISM) e os 25 restantes realizaram a linfadenectomia radical (LR) diretamente por adenopatia palpável no diagnóstico.
A LISM a veia safena foi idealizada por Costa et. al. no final da década de 80 após perceber que muitos dos pacientes com região inguinal clinicamente negativa não tinham linfonodos positivos na análise final e eram submetidos a LR bilateral desnecessariamente. Com o intuito de manter a eficácia e diminuir a morbidade da LR, a LISM contribuiu para minimizar complicações relacionadas ao procedimento e manter a segurança oncológica.
Dos 109 pacientes submetidos a LISM, 16 possuíam linfonodos positivos no anátomo patológico, sendo assim realizado LR bilateral. Os restantes (93) sem comprometimento linfonodal foram acompanhados. Desses, 8 pacientes (8,6%) tiveram recorrência inguinal entre 6 a 12 meses. Três perderam o seguimento e retornaram com massas irressecáveis e os outros 5 foram submetidos a linfadenectomia radical bilateral, sendo apenas 2 com um linfonodo positivo cada. O tempo de seguimento médio foi de 39,87 meses (6-120 meses). Como complicações, ocorreram 17 casos de linfocele e 6 casos de edema de membros inferiores.
Os pacientes apresentavam idade entre 50-69 anos (50,5%), sendo rara nos seus extremos: 25-34 (3,7%) e 80-90 anos (7,9%). O subtipo histológico mais encontrado foi o Carcinoma de Células Escamosas 273/319 (85,6%), seguido do Carcinoma Verrucoso 25/319 (7,8%) e da Doença de Bowen 6/319 (1,9%)
Conclusão: A neoplasia de pênis embora seja uma doença rara, apresenta complicações importantes se não tratada. A LISM parece ser efetiva, segura, com baixos índices de complicação e de fácil realização. Os resultados falsos negativos apresentam alta taxa de cura com a cirurgia radical de resgate desde que seguidos adequadamente.

Palavras Chave ( separado por ; )

câncer de pênis; linfadenectomia inguinal medial; linfadenectomia inguinal radical; uro-oncologia

Área

Uro-oncologia