Dados do Trabalho


Título

O IMPACTO NEGATIVO DA MICROLITIASE TESTICULAR NO DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAÇAO EMBRIONARIOS EM CICLOS DE FERTILIZAÇAO IN VITRO

Resumo

Introdução: A microlitíase testicular (MT) está associada com a infertilidade, criptorquidismo e risco de câncer testicular 18 vezes maior do que em homens sem MT. Entretanto, o impacto da MT nos resultados da injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) ainda não foi elucidado.
Objetivos: Comparar a qualidade seminal e os resultados dos ciclos de ICSI em casais inférteis com e sem MT.
Métodos: 64 casais com MT tratados entre janeiro de 2010 e Dezembro de 2020 foram incluídos, dos quais 32 utilizaram espermatozoides ejaculados para ICSI (grupo MT-E) e 32 utilizaram espermatozoides recuperados cirurgicamente, devido à azoospermia obstrutiva (AO, grupo MT-AO). Foi feito um matching na mesma proporção de número de casais para três outros grupos sem MT, que fizeram tratamento neste mesmo período: grupo fator masculino idiopático (FM-I), grupo fator masculino com AO (FM-AO), e grupo sem fator masculino de infertilidade, apresentando infertilidade sem causa aparente ou fator tubário (grupo S-FM). O matching foi feito levando em consideração as idades maternas e paternas (± 1 ano), número de óvulos obtidos (± 2 óvulos) e protocolo de estímulo ovariano. Modelos lineares generalizados seguidos pelo post hoc de Bonferroni foram utilizados para comparar os parâmetros seminais e resultados dos ciclos de ICSI.
Resultados: A concentração espermática em milhões/mL (FM-I: 25.3 ± 5.5a, MT-E: 23.2 ± 5.5a, S-FM: 47.1 ± 5.5b, p: 0.003) e a contagem total de espermatozoides em milhões (FM-I: 52.7± 12.2a, MT-E: 42.6 ± 12.2a, S-FM: 123.4 ± 12.2b, p<0.001 foram significantemente menores nos grupos FM-I e MT-E do que no grupo S-FM. As motilidades total (FM-I: 38.7% ± 3.5a, MT-E: 54.4% ± 3.5b, S-FM: 61.6% ± 3.5b, <0.001) e progressiva (FM-I: 29.6% ± 3.2a, MT-E: 48.7% ± 3.2b, S-FM: 50.5% ± 3.2b, p<0.001) foram significantemente menores no grupo FM-I do que nos grupos MT-E e S-FM. Diferenças significativas foram observadas entre os cinco grupos nas taxas de desenvolvimento de blastocistos (FM-I: 51.8% ± 6.2a, FM-AO: 38.3% ± 6.2ab, MT-E: 24.8% ± 6.2bc, MT-AO: 10.6% ± 6.2c, S-FM: 67.7% ± 6.2a, p<0.001) e de implantação embrionária (FM-I: 31.0% ± 1.0a, FM-AO: 25.8% ± 0.9a, MT-E: 16.1% ± 0.8b, MT-AO: 6.7% ± 0.5c, S-FM: 25.8 ± 0.9a, p<0.001), sendo menores na presença de MT.
Conclusões: Pacientes com MT apresentam menores taxas de blastulação e implantação embrionária quando comparados a pacientes com e sem fator masculino de infertilidade.

Palavras Chave ( separado por ; )

fator masculino de infertilidade; ICSI; microlitíase.

Área

Infertilidade

Instituições

Associação Instituto Sapientiae - São Paulo - Brasil, Fertility Medical Group - São Paulo - Brasil

Autores

EDSON BORGES JR., AMANDA SOUZA SETTI, DANIELA PAES ALMEIDA FERREIRA BRAGA, RODRIGO ROSA PROVENZA, PATRICIA GUILHERME, ASSUMPTO IACONELLI JR.