Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DO COVID19 EM PACIENTES COM CANCER DE PROSTATA SOB TERAPIA DE PRIVAÇAO ANDROGENICA EM UM CANCER CENTER BRASILEIRO.

Resumo

Introdução: Um dos principais tratamentos para o câncer de próstata (CP) é a terapia de privação androgênica (TPA), que, entre outras ações, reduz a atividade do gene TMPRSS2, fundamental para a entrada e hospedagem celular do vírus SARS-CoV-2. Evidências iniciais, sugeriram que pacientes com CP sob TPA apresentavam menos complicações da COVID-19.
Objetivos: Avaliar se pacientes com CP sob TPA, quando infectados pelo SARS-CoV-2, apresentam evolução mais favorável em comparação aqueles com CP não submetidos a TPA (controles).
Métodos: Comparamos as taxas de complicação do COVID-19 em pacientes com CP sob TPA e nos controles, entre março de 2020 e março de 2021, através de prontuário de pacientes com diagnósticos confirmados de CP e de COVID19.
Resultados: Dos 78 pacientes, 39 estavam sob TPA, 38 controles. Não foi possível apurar dados de um paciente. A idade mediana foi 70 anos, o PSA mediano 8,74 ng/ml.
Quanto a situação clínica, 2,6% estavam sob vigilância ativa; 32,9% estavam curados após tratamento primário; 36,9% em recidiva bioquímica não metastática, 15,8% metastáticos após tratamento primário e 11,8% eram metastáticos ao diagnóstico; 66,6% recebiam TPA de primeira linha, 25,6% TPA de segunda linha e 7,6% sob TPA adjuvante.
Sobre o COVID-19, 80,6% dos pacientes sob TPA eram sintomáticos contra 97,2% dos controles. Necessitaram de internação 82,1% dos sob TPA, contra 62,2% dos controles. Internaram em UTI 30,8% dos sob TPA, contra 21,6% dos controles.
Não se observou significância (P>0,05) quanto a: uso de cateter de O2 alto fluxo (TPA 68,4%; controle 44,7%); necessidade de intubação orotraqueal/ventilação mecânica (TPA 8,3%; controle 18,4%); necessidade de hemodiálise; falência de múltiplos órgãos (TPA 25%; controle 7,9%) e óbito (TPA 30,8%; controle 10,5%), tempo de internação hospitalar, (mediana TPA 10 dias; controle 8). Encontrou-se diferença entre taxa de internação em UTI (TPA 30,8%; controle 21,6%)
Conclusões: O uso de TPA não se associou com a redução de hospitalização, admissão em UTI, ou do risco de mortalidade pela COVID-19. Acreditamos que os pacientes sob TPA, por apresentarem neoplasias mais avançadas e possuírem mais comorbidades, doença avançada, tiveram maior risco de mortalidade em comparação aos controles.
Parece precoce declarar que o uso de TPA serviu como proteção ou tratamento para homens com CP infectados pelo vírus. Mais pesquisas com maiores casuísticas são necessárias para confirmar ou refutar a hipótese.

Palavras Chave ( separado por ; )

câncer de próstata; terapia de privação androgênica; agravos; covid-19.

Área

Uro-oncologia

Instituições

Ac Camargo Cancer Center - São Paulo - Brasil

Autores

ISABELA GRANATO TRAVALINI, LUCAS BONACHI VERGAMINI , IVAN LEONARDO AVELINO FRANCA E SILVA, PEDRO CARUSO, MARIA PAULA CURADO , STENIO DE CÁSSIO ZEQUI