Dados do Trabalho


Título

MANEJO DE CRIANÇAS COM BEXIGA HIPERATIVA REFRATARIAS A ELETROESTIMULAÇAO TRANSCUTANEA PARASSACRAL

Resumo

Introdução: A eletroestimulação transcutânea (TENS) parassacral é um tratamento bem documentado para a bexiga hiperativa (BH) em crianças, com resolução dos sintomas em cerca de 60% dos casos. Apesar de ser utilizado em vários centros, até onde sabemos, ainda não existem estudos que avaliem a resposta terapêutica a outros tratamentos daqueles que falham a TENS parassacral. Objetivo: Avaliar o resultado dos tratamentos para BH realizados após a falha da TENS parassacral. Métodos: É um estudo retrospectivo de pacientes com BH refratários a TENS parassacral com idade entre 4 e 17 anos. O desfecho foi avaliado através do Dysfunctional Voiding Score System (DVSS) e da Escala Visual Analógica (EVA). Resultados: Um total de 32 crianças (20 meninas) com 7,0 [Intervalo Interquantil(IQ) 5-10] anos foram incluídas no estudo. O tempo de seguimento foi de 9 (IQ 3.25 – 26) meses. 31 pacientes (96%) apresentaram persistência dos sintomas e 1 (3%) apresentou recorrência após a resolução completa. Todas as crianças refratárias a TENS parassacral persistiram com sintomas diurnos: urgência (59%) urgeincontinência, (59%) e incontinência sem urgência (25%). Alguns pacientes apresentaram sobreposição dos sintomas, com 3 sintomas (18%), dois sintomas (34%) ou apenas um sintoma (18%). Manobras de contenção (21%), polaciuria (6%) e enurese (56%) foram reportadas. Os pacientes passaram por 1 ou mais tratamentos, sendo que 71% passaram por apenas 1 tratamento, 15% por dois, 6% por três, 6% por quatro e nove pacientes abandonaram o tratamento. A resolução completa dos sintomas ocorreu em 46% dos pacientes após a Orientação Comportamental, 27% dos que usaram Oxibutinina, 60% dos que usaram Imipramina, 33% dos que usaram Oxibutinina associada a Imipramina e em um paciente que realizou um novo tratamento com TENS associada a Oxibutinina. O DVSS pré e pós tratamento foi 7,0 (IQ 3-9) e 2 (IQ 0.2-6.5) com significância do p < 0.001. Conclusão: Metade das crianças incluídas no estudo evoluíram para a resolução completa dos sintomas. Avaliando através da EVA, os pacientes que fizeram uso da Oxibutinina ou da Orientação Comportamental no primeiro momento apresentaram boa taxa de melhora clínica, sendo o primeiro recomendado para os pacientes mais sintomáticos e o segundo para os menos sintomáticos. Para aqueles pacientes refratários a outras terapias a Imipramina ou a associação da Imipramina com a Oxibutinina foi uma opção benéfica.

Palavras Chave ( separado por ; )

Bexiga hiperativa; Criança; Eletroestimulação Transcutânea Parassacral.

Área

Urologia Pediátrica

Instituições

Escola Bahiana de Medicina e Saude Publica - Bahia - Brasil

Autores

BEATRIZ PAIXAO ARGOLLO, GLICIA ESTEVAM ABREU, MARIA LUIZA VEIGA, ANA APARECIDA NASCIMENTO MARTINELLI BRAGA, SAMUEL GOMES CARDOSO, UBIRAJARA BARROSO JUNIOR