Dados do Trabalho


Título

HEPARINA COMO FATOR PROTETOR PARA PERDA PRECOCE DO ENXERTO RENAL

Resumo

1) Introdução: O transplante renal (TR) é a melhor terapia substitutiva para doença renal crônica terminal, a mais custo efetiva e com melhor qualidade de vida. A perda do enxerto com a necessidade de remoção cirúrgica no primeiro mês do pós-operatório, período de maior ocorrência da trombose vascular, é complicação prevista, temida e decepcionante devido a falha da terapia e o comprometimento de futura tentativa decorrente da sensibilização imunológica. 2) Objetivos: Identificar a incidência e possíveis fatores de risco associados a transplantectomia no período de 30 dias no pós-operatório. 3) Métodos: Estudo retrospectivo observacional de 581 pacientes submetidos a TR no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto de fevereiro de 2010 a abril de 2020. Foram coletadas informações do doador, receptor, órgão transplantado e procedimento cirúrgico para análise estatística. 4) Resultados: Excluindo menores de 18 anos (36), doadores vivos (33), transplante multi-órgão (36), registro insuficiente de dados (1), resultou em amostra com 475 pacientes. A maioria era do sexo masculino (61,47%). Hemodiálise era a modalidade de 93,8% dos indivíduos e 44 (9,63%) já tinham realizado TR previamente. O TIF médio foi 25,76 ± 5,60 horas. A retirada do enxerto nos primeiros 30 dias de pós-operatório do TR ocorreu em apenas 35 pacientes (7,35%), sendo 7 (20%) nas primeiras 24 horas, 18 (51,42%) na primeira semana e 17 (48,58%) após a primeira semana. A trombose vascular foi responsável por 29 dos 35 eventos determinantes da nefrectomia, (82,8%), sendo por trombose venosa em 12 (34,3%), arterial em 6 (17,14%) e arterial + venosa em 11 (31,43%). A causa das 6 transplantectomias remanescentes (17,2%) foi ruptura da anastomose arterial (3), rejeição aguda (1), suspeita de neoplasia maligna (1) e impossibilidade controle sangramento pós biópsia. O uso da heparina aconteceu em 193 pacientes (40,63%) por indicação da equipe e não protocolar. Considerando os fatores analisados, identificamos somente possível efeito protetor associado ao uso da heparina, visto que entre os 35 pacientes submetidos a transplantectomia, 8 utilizaram heparina e 27 não (OR 0,43; IC 0,20 - 0,93, p = 0,03) com NNT de 18,53. 5) Conclusões: A heparina demonstrou possível efeito protetor sob a perda precoce do enxerto e necessidade de transplantectomia, felizmente, complicação de baixa incidência. Estudos randomizados e controlados são necessários para confirmação deste dado.

Palavras Chave ( separado por ; )

procedimentos cirúrgicos urológicos; transplante renal; complicações pós-operatórias.

Área

Transplante Renal / Miscelânea

Instituições

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

HEITOR RAMOS RUELLAS, JOÃO VICTOR MOYSÉS ROSSI, RAFAEL VALENTE BATISTA, PLINIO RAMOS PINTO NETO, ISMAEL ALVES MOREIRA, LEONARDO OLMEDO POMPEO, ELEN ALMEIDA ROMÃO, JOSÉ DE BESSA JUNIOR, SILVIO TUCCI JUNIOR, CARLOS AUGUSTO FERNANDES MOLINA