Dados do Trabalho


Título

ASPECTOS CLINICOS, DIAGNOSTICO, TRATAMENTO E SEGUIMENTO DE TUMORES ADRENOCORTICAIS EM CRIANÇAS

Resumo

1) Introdução: Os tumores adrenocorticais (TAC) são raros com incidência global 1-2 casos por milhão por ano. Atribuída a uma mutação do gene p53, as taxas na região sudeste do Brasil podem chegar 2,9-4,2 por milhão por ano na infância. 2) Objetivos: Apresentar a experiência cumulativa dos pacientes com neoplasia adrenocortical em um único centro apresentando seus dados clínicos, aspectos diagnósticos, tratamento e seguimento. 3) Métodos: Análise de uma coorte retrospectiva de 73 crianças com TAC de 1975 a 2018. 4) Resultados: A maioria dos pacientes são caucasianos (90%) e do sexo feminino (72,6%). A idade média ao diagnóstico do TAC foi de 28,6 meses (2-192) e a duração dos sintomas foi de 6 meses (0-60). Massa abdominal palpável esteve presente em 11% dos pacientes. Síndrome virilizante foi a principal queixa clínica (79,5%). Nestes pacientes os sinais mais comuns foram pubarca precoce (83%), macrogenitossomia (75%) ou clitomegalia (66%) e hipertensão (59%). História familiar para TAC esteve presente em 12,3% e outras neoplasias em 35,6%. 51 dos 58 pacientes testados, apresentavam mutação da linhagem germinativa TP53 p.R337H. A avaliação endocrinológica revelou que a maioria (82,2%) dos tumores produziam andrógenos e cortisol, enquanto 11% produziam somente andrógenos e 2,7% somente cortisol. De acordo com a classificação International Pediatric Adrenocortical Tumors Registry (IPACTR), a distribuição dos estádios patológicos I, II, III e IV foram respectivamente 58,1%, 15,1%, 16,4% e 9,6%. A maioria dos tumores era unilateral (98%) e do lado esquerdo (56%). A cirurgia aberta foi realizada em 70 pacientes e em 1 realizou-se laparoscopia. Cirurgia adicional foi necessária em 6,8%. A maioria dos tumores eram carcinomas (59%) e a recorrência ou metástase após a primeira cirurgia foi de 24%. Quimioterapia adjuvante e/ou mitotano foi utilizada em 28,7%. O follow-up médio foi de 84,3 meses (0,2-295) e 20% dos pacientes morreram. A sobrevida global nos estádios patológicos I, II, III e IV foi de 97%, 72%, 58% e 14% respectivamente. 5) Conclusões: A maioria das crianças afetadas estavam na primeira infância, eram meninas e apresentavam sinais de virilizarão. A histologia mais frequente era carcinoma, com apresentação em estádios iniciais (I e II) e excelente sobrevida.

Palavras Chave ( separado por ; )

Adrenal; Tumores pediátricos; Tumor adrenocortical

Área

Urologia Pediátrica

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil

Autores

HEITOR RAMOS RUELLAS, MONICA FREIRE STECHINI, RAFAEL VALENTE BATISTA, JOÃO VICTOR MOYSÉS ROSSI, PLINIO RAMOS PINTO NETO, CESAR ALVES FILHO, ANDREY GARCIA ESTEVANATO, SONIR ROBERTO RAUBER ANTONINI, CARLOS AUGUSTO FERNANDES MOLINA, SILVIO TUCCI JUNIOR