Dados do Trabalho


Título

TRATAMENTO DE ESTENOSE DE URETRA FEMININA SECUNDARIA A TRAUMA COMPLEXO DE PELVE

Resumo

Introdução: A lesão traumática da uretra feminina é rara e deve-se suspeitar quando ocorre fratura de pelve associada a uretrorragia, dificuldade miccional ou hematoma perineal. A uretroscopia é o padrão ouro para o diagnóstico e o manejo divide a opinião de especialistas.
O realinhamento primário associa-se a altas taxas de estenose e fístula uretrovaginal. Já o reparo tardio relaciona-se a necessidade de cirurgias mais complexas, dificultadas pelas deformidades ósseas e fibrose local, por vezes com acesso abdominal combinado, e maiores taxas de incontinência. O reparo precoce parece ter melhores resultados, porém nem sempre é possível devido às condições clínicas.
Assim, o reparo tardio permanece sendo o mais realizado, procedimentos anti-incontinência podem ser feitos concomitantemente com obstrução pós operatória relatada de até 17%. Deve-se evitar slings sintéticos devido ao risco de erosão. Uma segunda abordagem para correção da incontinência é bem sucedida na maioria dos casos.
Objetivos: A partir deste vídeo queremos demonstrar o sucesso do tratamento da lesão de uretra feminina, com cirurgia em duas etapas, por via totalmente transvaginal.
Método: Apresentamos o caso de uma paciente feminina, 38 anos, vítima de atropelamento com fratura complexa de pelve e lesão de uretra, submetida a cistostomia no atendimento inicial e encaminhada à urologia após alta. Optado pela realização da uretroplastia e tratamento da incontinência em segundo momento com sling aponeurótico.
Resultados: A paciente foi posicionada em litotomia. A cistoscopia confirmou pequeno segmento de uretra proximal em fundo cego. Realizada incisão suprameatal e dissecção sub-uretral até o colo vesical. A uretra proximal foi preparada, e o segmento distal foi reconstruído em zetaplastia sobre um cateter 16 fr e depois coberto pela mucosa vaginal. O cateter foi mantido por 14 dias. Após a recuperação foi realizado o sling. Uma faixa de 8 cm de aponeurose foi retirada e preparada. Com a paciente em litotomia foi realizada abertura sobre a incisão prévia e dissecção do espaço retropúbico, com passagem das agulhas de fora para dentro. Uma cistoscopia foi realizada para verificar a integridade da bexiga e o sling foi ajustado sob a uretra. Após três meses a paciente permanece satisfeita, sem perdas e com bom fluxo.
Conclusões: O reparo tardio de traumas de uretra feminina pode ser realizado totalmente por via transvaginal e a abordagem da continência em um segundo tempo mostra-se eficaz e segura.

Palavras Chave ( separado por ; )

trauma de uretra; trauma de uretra feminina; uretroplastia feminina; sling autólogo; sling aponeurótico

Área

Urologia Feminina

Instituições

UNICAMP - São Paulo - Brasil

Autores

NATALIA DALSENTER AVILEZ, LUCAS MIRA GON, MARINA CORREA VIANA, BARBARA FERRAREZI, IVAN BORIN SELEGATTO, MATHEUS BOTELHO SANTOS, JOAO MARCOS IBRAHIM DE OLIVEIRA, CASSIO LUIS ZANETINNI RICCETTO