Dados do Trabalho


Título

O IMPACTO DA CIRURGIA DE REDESIGNAÇAO SEXUAL MASCULINO-FEMININO NA MICÇAO

Resumo

Introdução e Objetivo
Disforia de gênero se refere à angústia e impacto sobre a qualidade de vida que resulta da discrepância entre o gênero de nascimento e o gênero com o qual um indivíduo se identifica.(Nassiri et al.,2020). Através de cirurgias que podem trazer mudanças estruturais ao corpo e no tratamento hormonal para tornar o corpo o mais congruente possível, estas pessoas buscam soluções para reduzir o grau da disforia. A cirurgia de redesignação sexual (SRS) é considerada o padrão ouro no tratamento de disforia de gênero. A vaginoplastia em transexuais femininos (MTF), tem por objetivo criar um complexo perineogenital com aparência feminina e de ser funcional(Hoebeke et al., 2005). Investigações sobre o impacto da SRS no trato urinário inferior tem se concentrado em complicações urológicas pós-operatórias diretas. Trabalhos mostram que distúrbios miccionais são incomuns em cirurgias SRS de pacientes trans femininas, no entanto, estenose uretral, infecções e incontinência foram relatados imediatamente no pós-operatório MTF porque grande parte da uretra é seccionada(Kuhn et al., 2007).O objetivo deste estudo é avaliar o impacto da cirurgia de MTF na micção de pacientes submetidas à mesma.
Método
Estudo retrospectivo, com 35 pacientes do Hospital Estadual Mário Covas, Santo André, Faculdade de Medicina do ABC, no período de julho de 2018 a dezembro de 2020. Critérios de inclusão: pacientes do programa SRS do Ministério da Saúde (resolução 1.955 / 2010 CFM ). Todas as pacientes foram avaliadas por meio da urofluxometria livre, questionário IPSS, ambos realizados no pré e pós-operatórios (3 meses).
Resultados
A análise foi completa em 26 pacientes, com idade média de 33,1 (25 - 54) anos. Nove pacientes foram excluídos do estudo: dois porque abandonaram o seguimento ambulatorial e as demais porque deixaram de cumprir os critérios estabelecidos para serem incluídas. Comparados os resultados obtidos no pré e pós operatórios em relação ao questionário de IPSS notamos uma redução de 34% em pacientes com sintomas leves e aumento de pacientes com sintomas moderados e graves. Quando avaliamos os resultados da urofluxometria notamos que a maioria das pacientes mantinham o fluxo máximo acima de 15 ml/s comparando os resultados pré e pós operatórios 92% e 80 % respectivamente.
Conclusão
Pacientes submetidas a cirurgia de redesignação sexual, após 3 meses de cirurgia mantinham um fluxo urinário normal apesar de apresentaram uma piora nos valores do IPSS

Palavras Chave ( separado por ; )

IPSS; urofluxometria; cirugia de redesignação sexual

Área

Trauma / Uretra / Urologia Reconstrutora

Instituições

Faculdade de Medicina do ABC - Disciplina de Urologia - Hospital Mario Covas - São Paulo - Brasil

Autores

ODAIR GOMES PAIVA, CAROLINA BISTACCO MOREIRA, RODRIGO ITOCAZO ROCHA, WILSON CINTRA JUNIOR, MARIA CLAUDIA BICUDO, SIDNEY GLINA