Dados do Trabalho

Título

LINFADENECTOMIA INGUINAL NO CANCER DE PENIS: PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E RESULTADOS POS-OPERATORIOS

Resumo

Introdução: O câncer de pênis é uma neoplasia rara, com maior incidência acima de 50 anos. Contudo, no Brasil, representa cerca de 2% de todas neoplasias do homem, mais frequente nas regiões Norte e Nordeste. Está comumente associada a baixas condições socioeconômicas, baixo nível de instrução e má higiene decorrente principalmente de fimose. De acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer do INCA, foram registradas 458 mortes decorrentes do câncer de pênis no Brasil em 2019. Geralmente, os pacientes se apresentam com doença em estágio avançado, o que demanda a realização da linfadenectomia inguinal com parte do tratamento do câncer de pênis.
Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico e os resultados pós-operatórios dos pacientes submetidos a linfadenectomia inguinal como parte da terapia da neoplasia de pênis no Hospital Universitário de Brasília nos últimos 18 anos.
Método: Análise retrospectiva dos prontuários dos pacientes tratados com linfadenectomia inguinal por câncer de pênis.
Resultados: Foram analisados 31 pacientes, com idade média de 56 anos. Pelo menos 22 pacientes tinham tempo de educação escolar inferior a 5 anos, somente um possuía ensino superior completo. O tempo médio entre penectomia e linfadenectomia foi de 4,8 meses. Mais da metade dos pacientes eram naturais de algum município da região Nordeste. A linfadenectomia foi realizada bilateralmente em um único tempo em 15 pacientes. Desses, 8 casos cursaram com complicações, tais como linfedema (2) e infecção de sítio cirúrgico (2). Já 16 pacientes possuíam proposta de linfadenectomia em tempos diferentes. Entretanto, somente 5 realizaram o proposto, devido a óbito ou recusa do paciente. Dos 16 casos, 10 apresentaram complicações, sendo mais frequente a necrose de pele (4) e o linfedema (2). No geral, 5 pacientes apresentaram sepse (foco urinário ou cutâneo), mesmo com uso de antibioticoterapia durante a internação. Houve recidiva na ferida operatória peniana ou inguinal em 10 pacientes. Faleceram 12 pacientes, com tempo médio de 5 meses entre a linfadenectomia e o óbito.
Conclusão: O perfil sociodemográfico do nosso estudo mostrou pacientes com média de idade de 56 anos e baixa escolaridade em sua maioria. As taxas de recidiva e de óbito evidenciadas se dão possivelmente devido ao estágio avançado da doença à apresentação inicial.

Palavras Chave ( separado por ; )

câncer de pênis; linfadenectomia inguinal;

Área

Uro-oncologia