Dados do Trabalho


Título

NEOPLASIA MALIGNA DE PENIS: PANORAMA BRASILEIRO ENTRE OS ANOS DE 2013 E 2019

Resumo

Introdução: O tumor maligno do pênis é raro, com uma incidência global menor que 1/100.000. Hábitos sociais e culturais, práticas higiênicas, religiosas, infecção pelo vírus do papiloma humano, circuncisão, fimose e tabagismo são fatores de risco que devem ser avaliados. O diagnóstico é baseado no autoexame, exame clínico e biópsia. 80% dos pacientes podem ser curados, independente do estágio, principalmente quando se é realizado o tratamento apropriado. Objetivo: Identificar a epidemiologia dos casos de neoplasia maligna do pênis no Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, cujos dados foram obtidos por meio de consulta a base de dados do Painel de Monitoramento de Tratamento Oncológico. A população do estudo foi constituída por todos os casos notificados de neoplasia maligna do pênis no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2019. Resultados: Entre o período de janeiro de 2013 à dezembro de 2019 foram diagnosticados 3.162 casos de câncer de pênis. Durante este período houve aumento de 392% nos casos notificados. A faixa etária predominante é entre 60 e 64 anos (13% da amostra). A ascensão da curva de casos diagnosticados e notificados inicia-se a partir dos 24 anos, atingido seu pico na faixa etária entre 60 e 64 anos. Após esta idade, há o declínio da curva, porém os casos não alcançam números inferiores à 230 casos/ano. Nota-se que na faixa menor ou igual a 24 anos, há a ocorrência aproximadamente de 4 casos/ano. 2709 pacientes receberam algum tipo de tratamento, sendo que em 6 anos, houve um aumento de 428% no número de casos tratados. A modalidade terapêutica foi detalhada em 2.755 pacientes. 59,6% fizeram cirurgia para ressecção, 25.4% quimioterapia, 14.6% radioterapia e um pequena parcela (0,3%) fora submetida a quimioterapia associada a radioterapia. Quanto ao estadiamento, 1.3% apresentavam estádio T0 (sem evidências de tumor primário), 1.9% T1 (tumor invadindo tecido conectivo subeptelial), 3.1% T2 (tumor invadindo corpo esponjoso/corpo cavernoso), 13.1% T3 (tumor invadindo uretra), 15.9% T4 (tumor invadindo outras estruturas adjacentes). Conclusão: As circunstâncias socioeconômicas associada a dificuldade de acesso a saúde pode explicar a alta incidência de câncer de pênis em países em desenvolvimento, como o Brasil. É reconhecido que o homem utiliza menos os serviços disponíveis na atenção primária, se comparado com o público feminino, o que influencia no diagnóstico tardio desta neoplasia.

Palavras Chave ( separado por ; )

neoplasias penianas; saúde do homem;

Área

Uro-oncologia

Instituições

Universidade Municipal de São Caetano do Sul - São Paulo - Brasil

Autores

SORAIA QUARANTA DAMIÃO, JOSÉ ARTHUR HUFFENBACHER COELHO DE ARAUJO, BRUNO BELLUZZO BARBÃO, GABRIEL ROSA NUNES DA SILVA, NICHOLAS OMODEI HERMANN, CASSIO HENRIQUE LOPES DE FARIA, JULIA OLIVEIRA DE ALARCON PINTO, CAIO ANDRADE, ENRICO ANDRADE, GUSTAVO DE ALARCON PINTO