Dados do Trabalho


Título

ANALISE HISTOPATOLOGICA TESTICULAR DE PACIENTES COM DISFORIA DE GENERO SUBMETIDOS A CIRURGIA DE REDESIGNAÇAO SEXUAL

Resumo

Os cuidados de pacientes transgêneros são complexos na organização do serviço médico (Arcelus, 2015). De acordo com as diretrizes europeias da Endocrine Society, o tratamento consiste em avaliação diagnóstica, psicoterapia, terapia hormonal de sexo cruzado (CHT) e cirurgia. Até o momento, o procedimento de CHT em pacientes com disforia de gênero (DG) não está totalmente padronizado. Isto ocorre por falta de ensaios clínicos controlados sobre regimes de hormônios feminilizantes / masculinizantes e na insegurança ou ineficácia em alcançar a transição física (Meriggiola & Berra, 2013). O regime ideal de tratamento com hormônio esteroide para pessoas transexuais também não foi descrito (van Kesteren, 1997). As recomendações são, portanto, baseadas na opinião de especialistas (Gooren, 2008).
O objetivo do nosso estudo é relatar os efeitos do CHT na morfologia testicular por meio de análise histopatológica em pacientes submetidos à cirurgia de redesignação sexual(SRS).
MÉTODOS
Estudo retrospectivo, com 87 pacientes do Depto de Urologia do Hospital Estadual Mário Covas, Santo André, Faculdade de Medicina do ABC, no período de maio de 2015 a março de 2020. Critérios de inclusão: pacientes do programa SRS do Ministério da Saúde (resolução 1.955/2010 CFM) em CHT há pelo menos 24 meses, com dose diária de acetato de ciproterona (50 -100 mg/d) mais valerato de estradiol (2 - 6 mg/d). Em todos os pacientes, o CHT foi suspenso um mês antes da cirurgia. Os pacientes sem análise histopatológica foram excluídos do estudo. Feito estudo comparativo entre os diferentes resultados da análise histopatológica testicular.
RESULTADOS
Analisou-se 87 pacientes, com idade média de 37,3 anos. 3 pacientes foram excluídos por não apresentarem resultados histopatológicos (perdidos) e (1) já havia sido submetida a orquiectomia. A avaliação histológica revelou resultados altamente heterogêneos com cerca de 35% dos testículos apresentando algum grau de espermatogênese. Nenhum testículo apresentou células atípicas. A atrofia testicular e a fibrose estavam presentes em 31% e 15,4 %, respectivamente. Não foi encontrada relação entre o grau de atrofia e fibrose com a duração do tratamento de CHT (p = 0,2). Todos os testículos com atrofia e fibrose apresentaram ausência de espermatogênese (p <0,001).
CONCLUSÃO
Atrofia e fibrose testicular foram relacionadas a congestão vascular. A histologia testicular foi altamente heterogênea, inobstante estratégia de tratamento, isto requer maior investigação.





Palavras Chave ( separado por ; )

testículo; análise histopatológica; cirurgia de redesignação sexual; terapia hormonal de sexo cruzado (CHT);

Área

Transplante Renal / Miscelânea

Instituições

Faculdade de Medicina do ABC - Disciplina de Urologia _ Hospital Mario Covas - São Paulo - Brasil

Autores

ODAIR GOMES PAIVA, ANTONIO FLAVIO RODRIGUES , LUCAS XAVIER ROMEIRO, RODRIGO ITOCAZO ROCHA, WILSON CINTRA JUNIOR, SIDNEY GLINA