Dados do Trabalho


Título

CORREÇAO DE FISTULA VESICO-RETAL VIDEOLAPAROSCOPICA, PASSOS TECNICOS FACILITADORES

Resumo

Introdução: Apesar da fístula vésico-retal ser uma intercorrência rara no pós-operatório da prostatectomia radical, ela promove um impacto negativo bastante expressivo na qualidade de vida do paciente. Consequências desagradáveis como fecalúria, disúrias, dores pélvicas, infecções urinárias de repetição, algumas até progredindo para pielonefrites graves, tornam a rotina diária do paciente muito sofrida e desgastante.
Objetivos: Apresentar didaticamente, através de vídeo, os passos técnicos facilitadores da correção laparoscópica da fístula vésico-retal num paciente de pós-operatório tardio de prostatectomia radical aberta.
Método: Homem de 67 anos que há 1 ano e 3 meses realizou cirurgia de prostatectomia radical aberta, evoluindo com fecalúria, pneumatúria, pielonefrite de repetição e incontinência urinária. O diagnóstico de fístula vesico-retal foi confirmado por ressonância magnética de pelve que identificou a fístula próximo ao esfíncter, rente ao local da anastomose vésico-uretral. Nesse período, foi submetido a duas intervenções cirúrgicas via retal e uso de tetraciclina local, com redução do diâmetro da fístula, porém sem resolução completa, mantendo-se as infecções e os demais sintomas. Indicamos a correção da fístula por via laparoscópica. No ato cirúrgico, instalamos cateter duplo j bilateralmente e identificamos o trajeto fistuloso por cistoscopia. Com o paciente em posição de trendelenburg, com as pernas abertas e com sonda vesical de demora, iniciamos a laparoscopia através do acesso transperitoneal. Após dissecarmos o plano entre o reto e a bexiga, realizamos a bipartição vesical posterior, passando entre os óstios ureterais e prosseguindo até a fístula. Realizamos a fistulectomia completa até o reto. Após o reavivamento dos bordos, fechamos o reto numa sutura contínua de caprofyl 3-0, sendo auxiliado pela presença do probe retal. Realizamos a “manobra do borracheiro” do reto sob visão laparoscópica e prosseguimos com o fechamento da bexiga com sutura contínua de vicryl-0. Conferimos a boa coaptação após o enchimento da bexiga, podendo assim posicionar o dreno e finalizar a cirurgia.
Resultados: Paciente evoluiu sem intercorrências, recebendo alta sem o dreno em 48 horas do pós-operatório. A sonda vesical de demora foi retirada no 20º dia e o cateter duplo J no 42º dia. No 48º dia, evoluiu com incontinência urinária leve e pielonefrite por Escherichia Coli, tratada com macrodantina por 14 dias. Recuperou plenamente a continência urinária após fisioterapia e mantem-se sem infecção do trato urinário e PSA de 0.01 ng/ml.
Conclusões: A abordagem laparoscópica via transperitoneal para a correção cirúrgica da fístula vésico-retal mostrou-se uma excelente opção terapêutica, permitindo uma boa visualização da fístula, do reto e da bexiga, bem como a execução de suturas bem coaptadas. Apresentando assim, resolução completa do caso, baixa morbidade oferecida pela cirurgia minimamente invasiva e um bom resultado funcional, levando à recuperação da continência urinária e da qualidade de vida do paciente.

Palavras Chave ( separado por ; )

fístula; vesico-retal; correção laparoscópica transperitoneal.

Área

Uro-oncologia

Instituições

HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICORDIA DE GOIANIA - Goiás - Brasil

Autores

WAGNER GALVAO KONO