Dados do Trabalho


Título

ABORDAGEM VIDEOLAPAROSCOPICA DE CALCULOS COMPLEXOS DO TRATO URINARIO SUPERIOR

Resumo

Introdução: De maneira geral, o manejo de litíase do trato urinário superior está bem estabelecido. Mesmo em grandes cálculos, há preferência para técnicas menos invasivas, como ureterorrenolitotripsia flexível e nefrolitotripsia percutânea miniaturizada. Contudo, há casos em que a abordagem endourológica ou litotripsia extracorpórea têm baixas taxas de sucesso, como em cálculos grandes localizados em divertículos calicinais. A abordagem laparoscópica é uma opção viável nesses casos, pois possui altas taxas livres de cálculos em um único procedimento, com baixa ocorrência de complicações.
Objetivo: Descrever os resultados do tratamento videolaparoscópico de cálculos complexos do trato urinário superior no Hospital Universitário de Brasília.
Método: Análise retrospectiva de prontuários de pacientes submetidos ao tratamento videolaparoscópico de cálculos no trato urinário superior entre Março de 2002 e Março de 2020.
Resultados: As indicações dos procedimentos foram grandes cálculos impactados no ureter proximal com falha de tratamento por ureteroscopia ou litotripsia extracorpórea, grandes cálculos em divertículos calicinais ou grandes cálculos unicamente em pelve renal extrarrenal. Foram realizadas 39 pielolitotomias (12 a esquerda e 27 a direita), 44 ureterolitotomias (18 a esquerda e 26 a direita) e 6 nefrolitotomias devido a cálculo em divertículos calicinais (5 a direita e 1 a esquerda). Houve 7 casos de conversão para procedimento aberto (7,8%): 1 pielolitotomia por hemorragia excessiva em paciente com nefrolitotomias abertas prévias ipsilaterais; 3 pielolitotomias por intensa inflamação local que não permitia acesso à pelve renal e 3 ureterolitotomias por dificuldades técnicas devido a cálculos aderidos à mucosa ureteral ou submucosos. Ocorreram 2 complicações intra-operatórias (2,2%): lesão de veia cava inferior e lesão intestinal. Houve 12 complicações pós-operatórias (11%), todas de natureza infecciosa. Nenhum caso precisou de hemotransfusão. Cateter ureteral foi implantado em 85,4% dos pacientes e o tempo médio do uso foi de 12 semanas (3 a 18 semanas). Tempo médio de internação foi de 2,8 dias (2 a 17 dias). A taxa livre de cálculo foi de 97%.
Conclusão: Os nossos resultados confirmam a eficácia e a segurança da laparoscopia em casos complexos de litíase urinária. Trata-se de procedimento minimamente invasivo, com baixas taxas de complicações, menor uso de analgésicos no pós-operatório, menor tempo de recuperação e alta taxa livre de cálculos.

Palavras Chave ( separado por ; )

cálculo renal; cálculo ureteral; laparoscopia;

Área

Litíase / Endourologia

Instituições

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA - Distrito Federal - Brasil

Autores

PEDRO GUILHERME MENDONÇA CARAPITO, VITOR PAIVA PIRES, MARIO BEZERRA DA TRINDADE NETTO, RHANIÉLLEN SILVA FERREIRA, SARAH ROCHA STABILE DO PATROCÍNIO, FRANSBER RONDINELLI ARAÚJO RODRIGUES, LUIZ ANGELO DE MONTALVÃO MARTINS, FERNANDO AUGUSTO FERREIRA DIAZ