Dados do Trabalho


Título

TRATAMENTO LAPAROSCOPICO PARA FISTULA URINARIA PERINEAL POS RADIOTERAPIA

Resumo

INTRODUÇÃO: O trato urinário é freqüentemente afetado por lesões durante as cirurgias pélvicas, que podem levar a fístulas vesicais. Radioterapia e cirurgia pélvica prévias são fatores que aumentam sua incidência e o risco de recidiva. As fístulas urinárias perineais são raras e de difícil tratamento. A abordagem transperineal é uma boa opção para evitar as aderências abdominais, mas é limitada pela dificuldade de visualização e acesso restrito. A laparoscopia auxilia na visualização da pelve, mas requer treinamento. OBJETIVOS: Apresentamos caso clínico de fístula vesical perineal tratado por laparoscopia, apresentada passo a passo em um vídeo. MATERIAIS E MÉTODOS: Paciente masculino, 57 anos, submetido a quimioterapia e radioterapia neoadjuvantes para adenocarcinoma de reto. Durante a amputação abdominoperineal aberta, apresentou lesão de 2cm na parede posterior da bexiga, próximo ao trígono, entre os meatos ureterais na linha média. Realizada sutura com duas camadas de pontos absorvíveis. Evoluiu com alto débito do dreno e a tomografia mostrava orifício de 0,5 cm. Realizada cistoscopia e derivação ureteral bilateral, com stents externando pela uretra, por três semanas. O débito do dreno diminuiu e o paciente recebeu alta. Duas semanas após a retirada dos stents ureterais, retornou ao hospital com vazamento de urina pela ferida perineal. A cistotomografia confirmou fístula e foi optado por abordagem laparoscópica. Paciente foi posicionado com perneiras e locados stents ureterais bilateralmente por cistoscopia. Os trocateres foram colocados de forma cirúrgica pélvica, posicionado em trendlemburg e desfeitas múltiplas aderências do intestino delgado. Identificada a bexiga, e aberta em região posterior distalmente até a fístula. Realizadas duas camadas de suturas contínuas de poliglactina 3.0. A bexiga foi preenchida com solução salina, sem vazamento. RESULTADOS: Paciente evoluiu bem, com debito baixo em dreno, recebeu alta no quinto dia. Após três semanas realizou uretrocistografia que mostrou boa capacidade vesical e nenhum vazamento. Retirado então o cateter Foley e em seis meses de seguimento segue sem evidências de fístula. CONCLUSÃO: A abordagem laparoscópica da fístula vesical perineal, apesar das limitações como espaço, aderências e anormalidades anatômicas, necessidade de expertise, tem uma grande vantagem na melhor visualização. Este vídeo mostra sua viabilidade e incentiva os cirurgiões pélvicos a escolhê-la como abordagem inicial.

Palavras Chave ( separado por ; )

fistula urinaria; laparoscopia; cirurgia pelvica; radioterapia;

Área

Trauma / Uretra / Urologia Reconstrutora

Instituições

UNICAMP - São Paulo - Brasil

Autores

JOÃO MARCOS IBRAHIM DE OLIVEIRA, LUCAS MIRA GON, IVAN BORIn SELEGATTO, MATHEUS BOTELHO SANTOS, MARINA CORREA VIANA, NATALIA DALSANTER AVILEZ, FABIO FRANCO DE OLIVEIRA JUNIOR, CASSIO LUIS ZANETTINI RICCETTO