Dados do Trabalho


Título

MUDANÇA NA ESTRATIFICAÇAO DE RISCO DO CANCER DE PROSTATA APOS REVISAO DE LAMINAS DA BIOPSIA OU REBIOPSIA

Resumo

INTRODUÇÃO: O diagnóstico do câncer de próstata (CAP) tem como base a realização de biópsias randômicas utilizando orientação ultrassonográfica convencional. A ressonância nuclear magnética multiparamétrica (RNMmp) surgiu como uma ferramenta para identificar áreas suspeitas na próstata e direcionar as biópsias. Apesar de todos esses avanços nos métodos diagnósticos, a discrepância na classificação de Gleason pode chegar a até 64%, mesmo entre uropatologistas experientes. Alguns estudos de revisão de lâminas demonstram uma taxa de reestadiamento do CAP de 8 a 34%.

OBJETIVO: Comparar os achados da biópsia inicial (realizada em serviço externo) com a revisão de lâmina, a rebiópsia guiada por RNMmp e a peça cirúrgica da prostatectomia radical (PTR).

MÉTODOS: Estudo retrospectivo que incluiu homens atendidos no Hospital Municipal Vila Santa Catarina (São Paulo - SP) com diagnóstico de CAP localizado de risco baixo ou intermediário pelos critérios de D’Amico, Charlson < 3 e expectativa de vida > 10 anos, no período compreendido entre maio/2020 a agosto/2021. Todos os pacientes incluídos tiveram suas lâminas da biópsia externa revisadas por uropatologista experiente do nosso serviço e, em caso de discrepância entre os achados da biópsia e os demais achados clínicos (toque retal e valor de PSA), eram submetidos à rebiópsia guiada por RNMmp para melhor esclarecimento da doença. Os pacientes submetidos à PTR também tiveram o anatomopatológico da peça cirúrgica comparado com a biópsia inicial.

RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 69 pacientes com biópsia inicial externa revelando ISUP 1 (47,82%), ISUP 2 (47,82%) ou ISUP 3 (4,34%). Na revisão de lâminas, 5 pacientes (7,24%) tiveram downgrading e 21 pacientes (30,43%) apresentaram Gleason upgrading. Dentre os 14 pacientes submetidos à rebiópsia, 3 pacientes (21,42%) apresentaram downgrading e 8 pacientes (57,14%) tiveram upgrading. Analisando a peça cirúrgica de PTR, do total de 21 pacientes operados, 12 (57,14%) tiveram upgrading.

CONCLUSÃO: Nota-se uma grande discordância no resultado histopatológico comparando-se a biópsia externa com a revisão de lâmina, rebiópsia e peça cirúrgica. No estadiamento inicial, mudanças como estas podem inclusive alterar o tratamento proposto. Assim, reforça-se a necessidade de referenciamento dos pacientes com CAP para serviços com experiência e recursos para a correta classificação e manejo dessa patologia.

Palavras Chave ( separado por ; )

Câncer de próstata; biópsia; revisão; reestadiamento.

Área

Uro-oncologia

Instituições

Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) - São Paulo - Brasil

Autores

SAULO BORBOREMA TELES, LUCAS SEITI TAKEMURA, HUGO OCTAVIANO DUARTE SANTOS, ALEXANDRE DIB PARTEZANI, OLIVER ROJAS CLAROS, BIANCA ALVES VIEIRA BIANCO, MARIA BEATRIZ LEMOS, ARIE CARNEIRO, GUSTAVO CASERTA LEMOS