Dados do Trabalho


Título

O IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 SOBRE OS DADOS RELATIVOS AO CANCER DE PROSTATA NO SISTEMA PUBLICO BRASILEIRO

Resumo

INTRODUÇÃO: A pandemia trouxe uma série de consequências na evolução de várias doenças, entre elas o câncer de próstata. Diante disso, o presente estudo buscou entender o impacto da COVID-19 sobre os dados relativos a essa doença e formular hipóteses sobre suas causas e efeitos.
OBJETIVOS: Apresentar e comparar dados sobre diagnóstico, cirurgia, exame-diagnóstico e óbito para a neoplasia maligna da próstata em períodos pré-pandemia e durante a pandemia, buscando gerar hipóteses e possíveis repercussões das variações encontradas.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo epidemiológico do tipo ecológico por meio de buscas referentes ao período de 2016 a 2020, no sistema DATASUS, sobre número de diagnósticos de neoplasia maligna da próstata, prostatectomias, biópsias da próstata e óbitos pela doença. Os anos de 2016 a 2019 foram considerados como pré-pandemia e o ano de 2020 como ano de pandemia em curso. Para comparação dos dados, calculou-se a variação percentual média de 2016 a 2019, que indica a tendência da variável analisada, e a variação percentual absoluta de 2019 a 2020.
RESULTADOS: Para o número de diagnósticos de neoplasia maligna da próstata, prostatectomias, biópsias da próstata e óbitos pela doença, observou-se, entre 2016 e 2019, as respectivas variações percentuais médias: +21,56%, +4,72%, -11,05% e +5,66%. Por outro lado, as respectivas variações percentuais absolutas encontradas entre 2019 e 2020, para as mesmas variáveis, foram: -29,61%, -30,68%, -21,47% e -10,50%.
CONCLUSÃO: Sugere-se, a partir dos resultados, haver um quadro de subdiagnóstico de câncer de próstata e subnotificação de óbitos, já que houve uma quebra da tendência de crescimento de diagnósticos, prostatectomias (uma forma de tratamento cirúrgico) e de mortes pela doença. Para as biópsias da próstata, exame-diagnóstico, havia uma tendência de queda nos números, que se acentuou ainda mais entre 2019 e 2020. Hipóteses para esse quadro podem ser a baixa procura dos serviços de saúde por conta do medo de contrair o vírus nesses espaços e o fato de os esforços de saúde estarem mais direcionados à contenção da pandemia e menos aos diagnósticos, tratamento e notificações. O subdiagnóstico pode levar a diagnósticos tardios do câncer de próstata, o que poderia gerar desfechos negativos para os acometidos, já que o diagnóstico precoce pode elevar as chances de um bom prognóstico para o paciente. Além disso, a subnotificação de óbitos pode prejudicar estratégias baseadas na mortalidade da doença.

Palavras Chave ( separado por ; )

Pandemia; neoplasia maligna da próstata; prostatetomia; biópsia da próstata; óbitos; subdiagnóstico; subnotificação

Área

Uro-oncologia

Instituições

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - São Paulo - Brasil

Autores

NÍCOLAS CORRÊA STEFANI, CAEL OSTROVSKI SAUBERLICH, JEAN SOUSA CAVALCANTE, RANGEL NAVES CLEMENTE, RODRIGO LIMA DE MEO MARTINS, MATHEUS MENÃO MOCHETTI, LEANDRO TONDERYS GUIDIO, LUIS EXPEDITO SABAGE, ALESSANDRA MAZZO, AGUINALDO CESAR NARDI