Dados do Trabalho


Título

USO DE ESPERMATOZOIDES FRESCOS E CONGELADOS APOS EXTRAÇAO TESTICULAR: ANALISE LABORATORIAL E DESFECHOS CLINICOS.

Resumo

INTRODUÇÃO: A injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) trouxe um avanço nas técnicas de reprodução assistida (TRA), possibilitando a concepção em fator masculino severo, incluindo a azoospermia. Em situações em que não se obtém espermatozoides do ejaculado, ou do epidídimo, ou ainda, em algumas patologias específicas, a extração testicular passa a ser uma opção. O material pode ser utilizado a fresco ou congelado.
OBJETIVOS: Avaliar desfechos laboratoriais e clínicos em ciclos de ICSI, comparando espermatozoides frescos e congelados, oriundos do testículo.
MÉTODOS: estudo transversal, retrospectivo, que incluiu 259 ciclos de ICSI realizados entre 2010 e 2020, em que óvulos frescos foram inseminados com espermatozoides extraídos do testículo. Foi utilizada a base de dados de uma clínica de reprodução assistida do sul do Brasil. Variáveis analisadas: taxa de fertilização, gestação, abortamento e nascimento. A amostra foi dividida em dois grupos: espermatozoides frescos (EF) e congelados (EC), os quais foram comparados utilizando testes t de Student ou qui-quadrado, considerando significativo p<0,05.
RESULTADOS: Foram realizados 211 ciclos com EF e 49 com EC e não foram encontradas diferenças nas idades dos casais: mulheres 34,7 vs. 34,7 anos (p=1,00) e homens 39,7 vs. 42,2 anos (p=0,09). A taxa de fertilização (%) de 2093 óvulos comparando EF (n=1698) e EC (n=395), foi de 59,1% vs. 49,9%, respectivamente (p=0,01). Em 6,2% dos ciclos não houve formação ou evolução dos embriões, sem diferença entre os grupos. Foram realizadas 186 transferências a fresco (EF=152 e EC=34), sendo a taxa (%) de gestação total 44,1 vs. 32,4 (p=0,11); gestação bioquímica 5,9 em ambos os grupos; gestação clínica 38,8 vs. 23,5 (p=0,08); abortamento 13,4 vs.18,2 (p=0,38) e nascimento 32,2 vs.17,6 (p=0,10).
CONCLUSÕES: Observou-se uma menor taxa de fertilização com material congelado. Entretanto, não houve diferença estatística nos resultados clínicos entre os grupos, ainda que pareça haver uma tendência a menor taxa de gestação clínica no grupo do material congelado. Os resultados reforçam a eficácia do espermatozoide extraído diretamente do testículo na obtenção de gravidez, que se compara à do espermatozoide do ejaculado exibida na literatura. Os dados recomendam que se congele o material excedente para uso em um próximo ciclo sempre que possível, evitando uma nova abordagem testicular desnecessária.

Palavras Chave ( separado por ; )

fertilidade; criopreservação; azoospermia; espermatozoide, técnicas de reprodução assistida

Área

Infertilidade

Instituições

FERTILITAT- CENTRO DE MEDICINA REPRODUTIVA - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

MARIANGELA BADALOTTI, CLAUDIO TELOKEN, ISADORA BADALOTTI-TELOKEN, MARTA RIBEIRO HENTSCHKE, FERNANDO TAGLIARI BADALOTTI, RICARDO AZAMBUJA, NATALIA FONTOURA VASCONCELOS, ANDRÉIA FERREIRA, ALVARO PETRACCO