Dados do Trabalho


Título

MARGEM CIRURGICA POSITIVA EM PROSTATECTOMIA RADICAL LAPAROSCOPICA E ASSISTIDA POR ROBO: FATORES PRE-OPERATORIOS PREDITORES DE COMPROMETIMENTO

Resumo

Introdução: Margem cirúrgica positiva (MCP) é definida como a presença de células tumorais na margem da peça cirúrgica marcada, sendo estratificada entre margem cirúrgica comprometida focal ou extensa. A taxa de MCP em prostatectomias radicais (PR) varia de 4-50% e a presença do comprometimento já se mostrou fator de risco independente para a recorrência bioquímica do tumor. A literatura sugere que alguns fatores podem estar associados a um maior risco de comprometimento da margem cirúrgica, com destaque ao PSA, estadiamento tumoral (4-23% para pT2 e 29-50% para pT3), invasão capsular, localização do tumor, bem como sangramento durante o procedimento. Objetivo: O objetivo deste estudo é identificar os fatores preditores para MCP em peças de PR para câncer de próstata confinado à glândula. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo, com dados de pacientes submetidos à PR laparoscópica e assistida por robô entre 2014 e 2021. Pacientes diagnosticados por biópsia com câncer de próstata foram incluídos. Excluiu-se pacientes com câncer não confinado à glândula e dados de prontuários faltantes com relação às variáveis analisadas. Foi considerada peça com MCP aquela com constatação de comprometimento extenso da margem cirúrgica circunferencial e comprometimento vesical ou uretral. Foram incluídas variáveis demográficas, psa, volume prostático, tipo de cirurgia, classificações radiológicas, fragmentos acometidos, porcentagem de acometimento, estadiamento, além de abertura da fáscia. Foi realizada, inicialmente, análise univariada para seleção dos preditores a serem incluídos no modelo de regressão logística. Mediante análise univariada, abertura da fáscia, lateralidade do tumor, ISUP foram os fatores incluídos nos modelos logísticos, além de volume de alto grau como covariável. Resultados: Foram incluídos 269 pacientes com idade média de 64,4 (DP 6,8) e PSA mediano de 6 (IIQ6). Foi realizada abertura de fáscia em 131 (48,7%) dos pacientes e, destes, 13 (9,9%) apresentaram margem cirúrgica positiva, versus 26 (18,8%) dos que não houve abertura de fáscia (p=0,45). À regressão, verificou-se que estadiamento ISUP foi fator preditivo para MCP (OR=0,639; IC 95%, 0,974-1,016, p=0,028). Conclusão: Estadiamento tumoral ISUP foi um fator preditor para MCP com significância estatística à regressão. São necessários mais estudos, com maiores taxas de recidivas, a fim de inferir demais fatores de risco para ocorrência de margem cirúrgica positiva.

Palavras Chave ( separado por ; )

Margem cirúrgica; câncer de próstata; prostatectomia

Área

Uro-oncologia

Instituições

Hospital CárdioPulmonar - Bahia - Brasil

Autores

CARLOS ANDRÉ BALTHAZAR DA SILVEIRA, ANA FLÁVIA BARBOSA DE CASTRO, DANIEL ABENSUR ATHANAZIO, RAFAEL R TOURINHO-BARBOSA, LUCAS TEIXEIRA BATISTA