Dados do Trabalho


Título

IMPACTO DA PANDEMIA COVID 19 NO TRATAMENTO DO CANCER DE BEXIGA

Resumo

INTRODUÇÃO: O ano de 2020 foi marcado pela infecção do coronavírus (SARS-CoV-2 / COVID-19), estabelecendo uma pandemia em poucos meses. No caso dos pacientes com câncer de bexiga músculo invasivo, os riscos do atraso no tratamento foram balanceados com os riscos de uma possível infecção por COVID-19, visto ser casos de cirurgias não adiáveis dentro da uro-oncologia.

OBJETIVO: Este trabalho pretende demonstrar a experiência com cistectomia radical (CR) de um serviço de Urologia em um hospital escola público, filantrópico, com serviço de residência médica, durante o período de pandemia de COVID-19.

MÉTODO: Trata-se de um estudo prospectivo de 20 pacientes submetidos consecutivamente a cirurgias de CR com derivação urinária, realizados em um hospital público de alta complexidade no estado de São Paulo, no período de 01 de fevereiro de 2020 a 31 de outubro de 2020.

RESULTADOS: A média de idade foi 64,65 anos (36-81 anos), com 70% dos doentes do sexo masculino. Houve correlação significativa entre o tempo cirúrgico e a necessidade de UTI no pós-operatório (p < 0,001), sendo quanto maior o tempo cirúrgico (230 minutos), maior a necessidade e tempo de internação em UTI. Foram registradas complicações pós-operatórias nos primeiros trinta dias após a CR em 35% dos doentes, sendo que 20% dos casos as complicações foram leve (Clavien I/II) e em 15% Clavien III. Não houve óbito.
Houve significância estatística em relação ao sangramento estimado e as complicações (p = 0,03). A dieta oral foi iniciada no terceiro dia de pós-operatório em todos os pacientes, com boa aceitação e progressão diária até alta hospitalar.

DISCUSSÃO: Nosso estudo demonstrou que foi possível realizar a CR aberta dentro da curva de aprendizado do médico residente em formação, com um tempo mediano de quatro horas. Nosso estudo trouxe a experiência com um volume considerável de CR realizada em oito meses. A análise entre tempo cirúrgico e estadia hospitalar em UTI, com resultado diretamente proporcional, nos faz concluir que a sistematização da técnica cirúrgica, associado ao protocolo institucional de pré e pós-operatório são fundamentais para a diminuição da morbidade inerente a cirurgia. Como pontos positivos, a análise foi prospectiva, com um único Proctor com larga experiência em hospitais de Ensino.

CONCLUSÃO: Apesar da complexidade cirúrgica, é factível a realização de CR com derivação urinária durante o período de pandemia em hospital escola.

Palavras Chave ( separado por ; )

COVID-19; câncer de bexiga; cistectomia radical; prognóstico

Área

Uro-oncologia

Instituições

HOSPITAL SANTA MARCELINA - São Paulo - Brasil

Autores

FABRICIO GOLONO KAMINAGAKURA, MARCOS FRANCISCO DALL’OGLIO, JORGE CHAGOURI OCKÉ JÚNIOR , JOSÉ AUGUSTO FARIAS DA SILVA JÚNIOR, KLEBSON RODRIGUES BARBOSA, JOSÉ CARLOS DA CUNHA JUNIOR, ANTÔNIO JOSÉ FONSECA DA ROCHA JÚNIOR, MARCELO CECCHINI TASINAFFO, NICOLE COMPAGNONI GALLINA, LUCIANA DE OLIVEIRA MAEDA