Dados do Trabalho


Título

COMPARAÇAO DE DUAS TECNICAS DE CIRURGIA DE ADEQUAÇAO SEXUAL DO MASCULINO PARA FEMININO - EXPERIENCIA COM 59 CASOS CONSECUTIVOS

Resumo

Disforia de gênero se refere à angústia e impacto sobre a qualidade de vida que resulta da discrepância entre o gênero de nascimento e o gênero com o qual um indivíduo se identifica. A abordagem da disforia de gênero inclui avaliação psicossocial, médica e cirúrgica(Nassiri,2020). Com o objetivo de reduzir o grau de disforia, realizam-se cirurgias que trazem mudanças estruturais ao corpo e tratamento hormonal, que torna o corpo mais congruente.
Objetivo: Comparar as taxas de complicações entre as técnicas CRS do masculino para o feminino de inversão peniana com posicionamento da glande no fundo do canal vaginal (VG) e de inversão peniana com a utilização da glande para confecção do clitóris (VC). Desenho do estudo: retrospectivo observacional.
Método: Foram avaliadas 59 mulheres transgênero submetidas a CRS, divididas em dois grupos de acordo com a técnica cirúrgica empregada, sendo comparadas quanto à idade, peso, altura, índice de massa corpórea, período de internação e óbito, e ainda quanto às complicações dos tipos: infecciosas, deiscências, urinárias, de conformação do canal vaginal, do revestimento do canal vaginal, fístulas, perfurações, volume vulvar no estímulo sexual, decorrentes de eventos tromboembólicos, e de necessidade de reintervenção cirúrgica(RI).
Resultados: Os resultados foram: idade média de 40 anos, peso médio de 74kg e IMC médio de 25,45kg/m2. Os grupos não foram diferentes quanto à idade, peso, IMC e período de internação. Não apresentaram diferença quanto às complicações do tipo infecção/deiscências, fístulas, perfurações (reto/bexiga/uretra), excesso de volume vulvar no estímulo sexual e eventos tromboembólicos. Houve diferença entre os grupos quanto às complicações urinárias (p=0,020), complicações relacionadas à conformação do canal vaginal (p=0,002), complicações do revestimento da neovagina (p=0,011) e necessidade de RI (p=0,006); com taxas menores dessas complicações no Grupo II, submetido à técnica VC. As complicações mostraram correlação fraca quando comparadas queixas urinárias versus volume da vulva no estímulo sexual (ρ=0,462); pequenas lesões do canal vaginal versus fístulas(ρ=0,482); pequenas lesões do canal vaginal versus necessidade de RI (ρ=0,477) e excesso de volume vulvar no estímulo sexual versus necessidade de RI (ρ=0,494).
Conclusão: A técnica VC apresentou menor incidência de complicações quando comparada à técnica VG, consequentemente, tem uma menor necessidade de reintervenções cirúrgicas.







Palavras Chave ( separado por ; )

cirurgia de redesignação sexual ; neovaginas ; distúrbios urinários

Área

Trauma / Uretra / Urologia Reconstrutora

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA DO ABC - DISCIPLINA DE UROLOGIA - HOSPITAL MARIO COVAS - São Paulo - Brasil

Autores

ODAIR GOMES PAIVA, RODRIGO ITOCAZO ROCHA, WILSON CINTRA JUNIOR, AMANDA VITIELLO PEREIRA BROSCO, SIDNEY GLINA