Dados do Trabalho


Título

MICRODERNERVAÇAO DE CORDAO ESPERMATICO (MDCE) COMO OPÇAO DE TRATAMENTO PARA PACIENTE COM ORQUIDINIA CRONICA – RELATO DE CASO

Resumo

A síndrome da dor escrotal (SDE) é definida como dor intermitente ou constante de vários graus em uma ou ambas bolsas testiculares com uma duração de pelo menos 3 meses, apresentando uma incidência estimada entre 350 a 400 casos por 100.000 homens por ano. A maioria dos pacientes é submetida a várias opções de tratamento, incluindo tratamento de longo prazo com antibióticos e/ou agentes anti-inflamatórios e cirurgia. As causas relatadas de dor escrotal crônica são infecção, tumor, torção testicular intermitente, varicocele, hidrocele, e espermatocele, dor referida (do ureter, quadril e patologias do disco intervertebral), trauma, intervenções cirúrgicas anteriores, como vasectomia e outras ou procedimentos inguinais. SDE é uma queixa desafiadora para paciente e médico, já que em quase 25-43% dos pacientes a etiologia permanece desconhecida. Se não houver nenhuma causa subjacente a ser tratada, a microdenervação do cordão espermático (MDCE) é uma opção a ser oferecido. Esta técnica foi descrita pela primeira vez em 1978, em 2 pacientes com síndrome da dor escrotal. A MDCE após o bloqueio do cordão espermático com sucesso mostrou resultados promissores, com alívio completo da dor em 71 a 100% dos pacientes. A principal vantagem do MDCE é poupar o testículo por razões psicológicas e fisiológicas. O objetivo da cirurgia é dividir todas as estruturas que possam conter fibras neurais, mas preservando as artérias (testicular, cremastérica, deferencial), vasos linfáticos e o ducto deferente, se ainda não tiver sido dividido. Relatamos um caso de orquidinia crônica em um paciente de 52 anos, com avaliação laboratorial sem alterações, usg de bolsa testicular com testículos normais, ausência de tumorações, hidrocele e varicocele. Realizado tratamento empírico com ciprofloxacino por 3 semanas, seguido de analgesia com gabapentina e amitriptilina por 2 meses sem resultado satisfatório. Submetido a bloqueio dos cordões espermáticos bilateralmente com lidocaína 1% 10mL com melhora completa da dor bilateralmente. Paciente submetido a MDCE em hospital público filantrópico por residente de Urologia sob supervisão de preceptoria com experiência em microcirurgia sem intercorrências. Evoluiu sem edema escrotal, discreta equimose cutânea com alta no 1 dia de internação. Em acompanhamento de pós-operatório tardio, satisfeito com procedimento, tendo evoluído com pequena hidrocele a direita sem desejo cirúrgico, ausência de atrofia e manutenção de função testicular.

Palavras Chave ( separado por ; )

Orquidinia; microdenervação; dor escrotal; cordão espermático.

Área

Disfunção Sexual

Instituições

HOSPITAL SANTA MARCELINA - São Paulo - Brasil

Autores

KLEBSON RODRIGUES BARBOSA, FABRICIO GOLONO KANIGAKURA, JOSE AUGUSTO FARIAS SILVA, IURE CARVALHO SOUZA, JORGE CHAGOURI OCKE, JOSÉ CARLOS KLEBSON DA CUNHA JUNIOR, ANTONIO JOSE FONSECA ROCHA, MARCELO CECCHINI TASINAFFO, JOAO PEDRO SOARES NUNES, MARCOS FANCISCO DALL’OGLIO